Do conceito a pratica.

Definida então minha estratégia, estipulei um prazo para cumprir suas principais etapas. A primeira parte (cartas e depoimentos aos meus amigos) teve inicio em 28 de abril, e terminaram no dia 10 de setembro. O maior problema era dispor de tempo para escrever tais cartas, e diversos fatores externos acabaram dificultando e atrasando de certa forma essa etapa, por esse motivo não enviei todas as cartas que pretendia.
Esta era a parte digamos fácil, obtive bons resultados, respostas que também diziam o que deveria ser dito. Um outro objetivo dessas cartas era sugerir a minha despedida. Usando de verbos no passado, reavaliado toda trajetória de amizade, agradecendo e me despedindo como em um adeus. Serviriam como indícios que só ganhariam sentido após minha suposta morte.
Depois das cartas enviadas, próximo ao meu aniversário, colocaria em pratica a noticia da minha morte. Para isso queria reunir meus melhores amigos, em um encontro supostamente para comemorar meu aniversario.
Este encontro tinha como objetivo criar uma discussão sobre os temas que eu queria abordar no projeto, vendo as opiniões dos meus amigos, cobrando deles uma atitude mais compromissada e uma busca por mais verdade não só em nossas relações mais também em outras relações pessoais.
Esta era uma parte complicada, já que meus amigos moram todos distantes um do outro, e de mim também. Um encontro onde todos compareçam pede a união de: condições propícias, tempo e grande motivação. Mas minhas expectativas também contavam com a falta de algum deles, como reflexo de diversos empecilhos que a vida nos coloca como: tempo, dinheiro e distancias.
Nesse momento, imprevistos seriam fatores determinantes, e mesmo detalhando a estratégia da melhor maneira possível, estaria sujeito a acasos, mais ainda na terceira parte. A reação das pessoas seria diversa, primeiro ao saber da minha morte, e depois quando constatasse que tinha sido uma farsa.
A terceira parte. A mais delicada. Estaria entrando em território perigoso, o peso que a morte tem para as pessoas, é irracional, estaria mexendo com sentimentos alheios, os fazendo chorar, sofrer, se não por mim, apenas pelo fato da morte. E talvez elas nem percebessem ao certo o que as afetariam mais, se era de fato eu morrer ou simplesmente a morte em si.

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