A Execução e sua repercussão.

A minha morte seria o passo mais importante dessa etapa do trabalho.
Estava correndo riscos, e muitas vezes, pensei em voltar atrás, porém sabia que devia terminar o que tinha começado.
Programei a divulgação da minha morte para o domingo, dia dezesseis de setembro, três dias depois do meu aniversário.
Eu tinha que dar credibilidade ao boato, fazer as pessoas acreditarem, por isso o primeiro passo era o scrap em nome da minha irmã, para as pessoas da minha lista, isso era a isca para que eles fossem ao meu perfil que continha a minha proposta do projeto levantando as questões: por que vivemos, para que vivemos? E deixando a proposta de dizer “o que deve ser dito”, fazer o que deve ser dito.
Nesse primeiro texto eu fazia uma critica as relações superficiais, e pedia a todos para buscar relações mais verdadeiras e de maior entrega com seus amigos parentes... Aqueles que você gosta.
Até aqui as pessoas estariam curiosas ainda para saber por que eu morri, e seguia ao texto do projeto um link para o meu blog onde eu dizia ter as respostas para a minha morte.
Esse deslocamento tinha dois objetivos: o primeiro era de saber quantas pessoas tinham lido o projeto a partir do contador de acessos do meu blog.
E o segundo era de dar credibilidade a minha morte. O texto de despedida deveria ser um tanto triste, sentimental, pessoal, dizer o porquê da minha morte e pelo que vivi, para que tivesse mais força o meu projeto e para sensibiliza ainda mais as pessoas como ultimo artifício para fazê-las refletirem sobre o que eu quis passar.
Domingo, é sem duvida o dia em que mais pessoas entram na internet, eu queria que o máximo de pessoas visse em menos tempo possível, e também me dava o álibi para morrer no sábado quando era improvável que eu encontrasse qualquer um dos meus conhecidos.
E então, com três textos, (o scrap, o texto do meu perfil e o de despedida no blog), eu sentenciei minha morte. E metaforicamente, talvez, eu estivesse mesmo, matando confianças, credibilidade, falsas amizades, verdadeiras amizades. Com certeza, eu deixaria uma ferida naqueles que gostassem de mim, ferida metafísica, que após a verdade ser dita e o tempo passasse, ela existiria no fundo da memória das pessoas sem uma forma definida, ela seria para sempre um buraco, uma rachadura nas lembranças dos que sentiram esse meu ato.

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